O método
“pedagogizador” está relacionado a instrução do aluno, onde ele
reproduz o conhecimento, aplica técnicas para que ele seja treinado. Esse
modelo tem sido um dos maiores desafios contemporâneos e seus críticos
buscam superá-lo. Seu suporte é a consideração de que há dois
fatores estanques em todos os processos em que algum tipo de conhecimento seja
requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser
conhecida de outro. O relacionamento entre indivíduos no ambiente localiza-se
no campo da ação, ou na liberdade de ação, o que implica a negociação com o
outro. Neste sentido, a intersubjetividade é a relação entre sujeito e sujeito
e/ou sujeito e objeto. Portanto, compreender os processos nos quais se dão
essas relações, compreenderem a si mesmo como ponte de partida para a
compreensão do outro, significa uma tarefa importante para o professor, uma vez
que este está em contato com diferentes indivíduos. A educação deve contribuir
significativamente como o processo de desenvolvimento do aluno a partir da
interpretação e análise crítica dos fenômenos culturais à sua vida. O educador
e o educando devem discutir aquilo que é pré-estabelecido como certo, errado,
bom, ruim, melhor, pior. A escola deve levar em consideração as mudanças que
ocorrem na sociedade, preparando o aluno para lidar com os fenômenos que surgem.
Assim a pratica da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “Pedagogizador”
ao produzir indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à
luz dos acontecimentos, a luz das normas sociais. Usando suas próprias cabeças
e tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à criticas.
Do
ponto de vista da intersubjetividade trans-subjetiva o processo educativo se dá
na medida em que o professor percebe o aluno como o outro que deve ser
conhecido, partindo do principio que o conhecimento do outro deve partir da
consciência de si mesmo. Nesse contexto, quando o professor percebe que existe
uma indiferença entre o eu e o outro, ele passa a adquirir um novo olhar sobre
o aluno, refletindo sua prática e ações percebendo que o mesmo é o sujeito do
processo de ensino-aprendizagem, portanto seu objeto de estudo, isto é, não se
pode definir previamente quais serão seus desejos e aspirações, dificuldades e
habilidades. É necessária uma prática pedagógica voltada para o respeito às
diferenças evitando que estereótipos sejam criados e conseqüentemente a relação
interpessoal se caracterize como conflituosa e traumática dificultando o
processo ensino aprendizagem. Ao se tratar das relações interpessoais no campo
educativo as mesmas se constituem numa constante interação entre o eu e o
outro. Não se pode perder de vista que a aprendizagem se dá em meio às trocas
de experiências e saberes entre todos os envolvidos. A escola é o espaço em que
o aluno encontra respostas sobre si mesmo, o outro e posteriormente o meio em
que está inserido. Cabe aos educadores oferecer subsídios para que os educassem
desenvolvam a consciência de que são agentes ou sujeitos sociais que interagem
constantemente como outros indivíduos. Assim, a compreensão da
intersubjetividade Intrapsíquica favorece o desenvolvimento da aprendizagem,
uma vez que o professor poderá potencializar a investigação em sala de aula
visando apoiar o educando na construção do aprendizado, mediando a relação dele
como o conhecimento e se necessário encaminhando-o para uma avaliação
diagnostica junto a um profissional da área psíquica.
Oi Orminda,
ResponderExcluirO método Pedagogizador é bastante real e presente em muitas escolas até dos dias atuais, onde existe uma aluno que "precisa" aprender, um conhecimento que "deve" ser transmitido e um professor que "tem" que transmitir o saber.
É a famosa metodologia tradicional de ensino.
Orminda,
ResponderExcluirNa intersubjetividade, segundo Paulo Freire, as consciências se põem como consciência de si e consciência do outro, ela é constitutiva, o sujeito não existe por si só, ele forma-se com o outro.
Utilizando a intersubjetividade, a educação formará os verdadeiros cidadãos que o mundo precisa. Sujeitos capazes de pensar, criticar e atuar ativamente na sociedade.