sábado, 5 de maio de 2012

O que você entende por Filosofia da Educação?


Filosofia da Educação


Concluímos que não se pode discutir a Educação sem ter a filosofia presente. Ambas caminham juntas desde a idade antiga, já sendo vivenciadas e discutidas. Algumas idéias propostas pelos primeiros filósofos estão presentes e vividos hoje, dentro da Educação. Na didática, é essencial que na sala de aula experimente a Filosofia, para que o aluno chegue há uma auto-reflexão, seja argumentativo e crítico para a sociedade. Conhecer os filósofos e suas teorias proporciona um autoconhecimento, para abrir os olhos e enxergar uma nova realidade.
Com Sócrates, o homem voltou-se para sim mesmo, ou seja, o homem começou a questionar. E este questionamento, este autoconhecimento do homem se dava, sobretudo com o diálogo mútuo. Sócrates era defensor do diálogo como método da Educação. É um ponto importante para o ensino, pois, atualmente é essencial que haja diálogo na sala de aula para um bom crescimento intelectual e humano também.
Ainda na antiguidade, para Platão e Aristóteles, apesar de possuírem pensamentos opostos, idealista e realista, respectivamente, a Educação tinha um ponto em comum: formava o homem moralmente, em seu caráter. Ou seja, a Educação transformava o homem.
Nessa expectativa, a educação acabou tornando-se objeto de estudos e reflexão da filosofia desde os tempos gregos. Pode-se dizer que a filosofia da educação surgiu do forte vínculo entre a filosofia e a pedagogia estabelecido no decorrer dos anos, pois a filosofia, preocupada com as formas do conhecimento perfeito, orientou o ser humano segundo a razão, inferindo um pensamento pedagógico que busca a perfeição.
Entretanto, a filosofia da educação dos últimos tempos, procurou transcender seus limites conceituais, aventurando-se nas discussões filosóficas modernas e contemporâneas que propiciam a articulação entre diferentes perspectivas teóricas.
Em suma a Filosofia fornece á educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar.
Podemos concluir que a Filosofia da Educação cumpre um papel fundamental dentro da escola, enquanto detentora do processo educativo. A filosofia da educação propõe um movimento de auto-reflexão, isto é, uma postura refletida da educação, onde a educação não de se desvincular da realidade, mas se propõe a buscar seus fundamentos na práxis. A filosofia da educação, além de conduzir a educação para uma auto-reflexão, tem a função libertadora e dá à educação os meios necessários para seu fortalecimento e crescimento concreto, levando os educandos à autonomia, função evidente da educação.


Referências:


ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 2001.
KNELLER, George. Introdução à filosofia da educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1991.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Em que consiste a "Teoria dos dois mundos" defendida por Patão?



Um dos aspectos mais importantes da filosofia de Platão é sua teoria dos dois mundos (mundo sensível e mundo inteligível ou mundo das idéias),  o mundo dos sentidos, do qual não podemos ter senão um conhecimento aproximado ou imperfeito, já que fazemos uso de nossos sentidos. Neste mundo dos sentidos, tudo "flui" as coisas simplesmente surgem e desaparecem. A outra parte é o mundo das idéias, do qual podemos chegar a ter um conhecimento seguro, se para tanto fizermos uso de nossa razão. Este mundo das idéias não pode ser conhecido através dos sentidos. Em compensação, as idéias (ou formas) são eternas, imutáveis e reais, com a qual procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. Segundo ele, o processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das idéias e essências.
Para Platão, no mundo das idéias é que moram os seres totais e perfeitos: a justiça, a bondade, a coragem, a sabedoria, etc.
Fora do mundo das idéias, tudo o que captamos através dos nossos sentidos possui apenas uma parte do ser ideal. O mundo sensível, portanto, é um mundo de seres incompletos e imperfeitos.
Para Platão, o ser eterno e universal habita o mundo da luz racional, da essência e da realidade pura. E os seres individuais e mutáveis moram no mundo das sombras e sensações, das aparências e ilusões.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Explique em que consiste a Teoria da "Maiêutica" defendida por Sócrates.

Sócrates foi, sem sombra de dúvida, um dos Homens mais sábios que já passaram pela Face da Terra. Foi um Homem simples, roupas nada ostentadoras, que andava por Atenas aplicando a maiêutica em suas conversas com o propósito de descobrir a Verdade, encontrar o saber. Considerava-se nada sapiente. Considerá-lo seria não o ser!!! Ele desmanchava os conceitos e definições alheias com perguntas. Desconstruía todas as construções com alicerces de vento, ia mais fundo. Quanto mais fundo ia, mais percebia que o Saber não tem fim.
Mas no que consiste a Maiêutica?

“A  Maiêutica  de Sócrates consiste em perguntar, em interrogar, em inquirir:  “O que   é isto? O que significa?”  E isto ele faz andando pelas ruas, pelas praças, indagando das pessoas. Dessa forma, faz com que a definição inicial vá passando pelo crivo das indagações e aperfeiçoando-se por extensões e reduções até ficar o mais exata possível,  mas nunca a  ser  definitiva. Para a  Maiêutica, o conhecimento está latente no homem, só e necessário criar condições para que ele passe da potência ao ato, aflore, numa espécie de recordação, reminiscência. Educar no sentido verdadeiro e superior. Educação vem do latim educere, literalmente trazer para fora, sobressair, emergir do estado potencial para o estado de realidade manifestada.
A Maiêutica Socrática tem como significado "Dar a luz (Parto)" intelectual, da procura da verdade no interior do Homem. Sócrates conduzia este parto em dois momentos: No primeiro, ele levava os seus discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto; no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si mesmos, uma nova idéia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complexas. A maiêutica baseia-se na idéia de que o conhecimento é latente na mente de todo ser humano, podendo ser encontrado pelas respostas a perguntas propostas de forma perspicaz.

Faça uma análise sobre o Método "Pedagogizador" e a prática educacional voltada para intersubjetividade.


O método “pedagogizador”  está relacionado a  instrução do aluno, onde ele reproduz o conhecimento, aplica técnicas para que ele seja treinado. Esse modelo tem sido um dos maiores desafios contemporâneos e seus críticos buscam   superá-lo. Seu suporte é a consideração de que há dois fatores estanques em todos os processos em que algum tipo de conhecimento seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser conhecida de outro. O relacionamento entre indivíduos no ambiente localiza-se no campo da ação, ou na liberdade de ação, o que implica a negociação com o outro. Neste sentido, a intersubjetividade é a relação entre sujeito e sujeito e/ou sujeito e objeto. Portanto, compreender os processos nos quais se dão essas relações, compreenderem a si mesmo como ponte de partida para a compreensão do outro, significa uma tarefa importante para o professor, uma vez que este está em contato com diferentes indivíduos. A educação deve contribuir significativamente como o processo de desenvolvimento do aluno a partir da interpretação e análise crítica dos fenômenos culturais à sua vida. O educador e o educando devem discutir aquilo que é pré-estabelecido como certo, errado, bom, ruim, melhor, pior. A escola deve levar em consideração as mudanças que ocorrem na sociedade, preparando o aluno para lidar com os fenômenos que surgem. Assim a pratica da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo “Pedagogizador” ao produzir indivíduos mais livres, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, a luz das normas sociais. Usando suas próprias cabeças e tendo propósitos lúcidos e sinceros, abertos à criticas.  
 Do ponto de vista da intersubjetividade trans-subjetiva o processo educativo se dá na medida em que o professor percebe o aluno como o outro que deve ser conhecido, partindo do principio que o conhecimento do outro deve partir da consciência de si mesmo. Nesse contexto, quando o professor percebe que existe uma indiferença entre o eu e o outro, ele passa a adquirir um novo olhar sobre o aluno, refletindo sua prática e ações percebendo que o mesmo é o sujeito do processo de ensino-aprendizagem, portanto seu objeto de estudo, isto é, não se pode definir previamente quais serão seus desejos e aspirações, dificuldades e habilidades. É necessária uma prática pedagógica voltada para o respeito às diferenças evitando que estereótipos sejam criados e conseqüentemente a relação interpessoal se caracterize como conflituosa e traumática dificultando o processo ensino aprendizagem. Ao se tratar das relações interpessoais no campo educativo as mesmas se constituem numa constante interação entre o eu e o outro. Não se pode perder de vista que a aprendizagem se dá em meio às trocas de experiências e saberes entre todos os envolvidos. A escola é o espaço em que o aluno encontra respostas sobre si mesmo, o outro e posteriormente o meio em que está inserido. Cabe aos educadores oferecer subsídios para que os educassem desenvolvam a consciência de que são agentes ou sujeitos sociais que interagem constantemente como outros indivíduos. Assim, a compreensão da intersubjetividade Intrapsíquica favorece o desenvolvimento da aprendizagem, uma vez que o professor poderá potencializar a investigação em sala de aula visando apoiar o educando na construção do aprendizado, mediando a relação dele como o conhecimento e se necessário encaminhando-o para uma avaliação diagnostica junto a um profissional da área psíquica.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Faça uma pesquisa sobre a Filosofia Moderna e discorra sobre a mesma, destacando suas principais características


A filosofia da idade moderna nasceu graças aos trabalhos dos protagonistas do renascimento cultural e científico dos séculos XIV e XV entre eles Nicolau Copérnico, Leonardo da Vinci, e dos esforços de cientistas e pensadores como Galileu Galilei, Francis Bacon, René Descartes, e Emanuel Kant, nos séculos seguintes e tem entre suas características:
a) O Racionalismo cartesiano:
A filosofia moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René Descartes. Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito erra."! Na Idade Média, na sociedade e na política a Palavra de Deus, considerada fonte única do conhecimento absoluto, foi interpretada pela igreja que dominava todos os aspectos da vida. O renascimento trouxe uma ênfase renovada no desenvolvimento científico e na capacidade humana e a necessidade de uma nova definição do ser humano e seu lugar no mundo. Ele declara que o homem, ser racional por natureza, tem a capacidade de alcançar o conhecimento e mais que isso, sua existência é definida pelo ato de pensar.   É uma doutrina que atribui à Razão humana a capacidade exclusiva de conhecer e de estabelecer a Verdade. Opõe-se ao empirismo, colocando a Razão independente da experiência sensível, ou seja, rejeita toda intervenção de sentimentos, somente a Razão.
b) O Empirismo baconiano:
Francis Bacon, John Locke, David Hume e outros pensadores contra posição aos racionalistas do continente europeu desenvolveram e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica). O empirismo é uma doutrina filosófica que tem como principal teórico o inglês John Locke (1632-1704), que defende uma corrente a qual chamou de Tabula Rasa. Esta corrente afirma que as pessoas nada conhecem, como uma folha em branco. O conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e as aprendizagens se dão por meio de tentativas e erros. Segundo a teoria de Locke, a razão, tem a função de organizar os dados empíricos, apenas unir uns dados aos outros, que lhe chegam através da experiência.
c) A perfectibilidade.
Os precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão humana. Iniciou-se uma "busca por expressar, entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita". A ciência renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é possível conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento.


Bibliografia

ARANHA, Maria Lúcia Arruda – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA – São Paulo: Moderna,1986.

A nova forma de pensar da Filosofia moderna culminou no racionalismo (René Decartes) e no Empirismo (Francis Bacon, John Locke, David Hume) e preparou, de certa forma, o caminho para o Criticismo Kantiano.

Descartes (Cartésio) pode considerar-se o fundador do racionalismo moderno e da moderna filosofia, especialmente pelo seu método crítico e subjetivo, dedutivo e matemático. Temos o racionalismo como corrente filosófica, que iniciou com a definição do raciocínio, que é a operação mental, discursiva e lógica, e o usa como uma ou mais proposições para extrair conclusões de verdade, falsa ou provável. O racionalismo nos dá a idéia de que o conhecimento sensível é enganador e a razão é a única fonte de conhecimento válido, pelo menos para Platão (que na antiguidade, deu inicio ao pensamento racionalista) e para Descartes (considerado o pai da modernidade), que acreditam que há idéias inatas.  Racionalismo é o ato de pensar, raciocinar, fazer uso da razão, que é uma das características que distingue o homem dos outros animais que lhes são inferiores na escala evolutiva. Também o definimos como a crença na razão e na evidência das demonstrações.                                                                  
O empirismo é substancialmente fenomenista, como o racionalismo. Mas todo o nosso conhecimento é reduzido não à razão, e sim aos sentidos; estes sentidos, porém, nos proporcionariam não a realidade, mas os fenômenos, as aparências subjetivas das coisas. Contrapondo-se às teses dos racionalistas, os filósofos empiristas defendem que todas as idéias humanas são provenientes dos sentidos (visão, audição, tato, paladar e olfato), o que significa que têm origem na experiência. A denominação empirismo vem do grego empeiria, que significa experiência. O filósofo John Locke (1632 - 1704) afirmava que "não há nada no intelecto humano que não tenha existido antes na experiência". O empirismo discordava da tese racionalista de que as idéias eram inatas e defendiam que a mente humana é, em seu nascimento, um papel em branco sem qualquer idéia. Para os empiristas, é a experiência que imprime as idéias no intelecto humano.
O criticismo representa a síntese especulativa do fenomenismo racionalista e empirista modernos, donde derivará o idealismo modermo e, em geral, o pensamento contemporâneo. O fundador do criticismo é Emanuel Kant, que vem a ser, portanto, o centro da filosofia moderna. A tendência filosófica que se afirma com Kant toma o nome de criticismo, porquanto tal tendência filosófica institui uma investigação preliminar a qualquer outra sobre a possibilidade da razão; constitui uma crítica radical da metafísica. A crítica kantiana tem início com a negação dos argumentos propostos pelos racionalistas e pelos empiristas acerca do conhecimento, nega que tudo o que pensamos vem de nós, da mesma forma que nega que tudo o que conhecemos venha dos sentidos. O filósofo diz que a disputa entre as correntes filosóficas é um "escândalo" que só pode ser superado pela crítica


Bibliografia
 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Analise do Pensamento Educacional de Platão e Aristóteles e sua influência ou não destes filósofos na Educação atual.

 Para Platão durante os primeiros dezoito anos da vida, o jovem dedicar-se-ia à Ginástica, à Música e à Literatura, aprenderia a ler, escrever, representar e cantar e tomaria parte em muitos esportes. Aos 18, os rapazes que se mostrassem capazes continuariam a receber instrução, ao passo que os demais cessariam os estudos e tornar-se-iam negociantes, mercadores, etc.
Platão procurava empregar a educação para a escolha de homens para os vários deveres de um grupo social. Em cada caso porém, procurava selecioná-los em termos de sua capacidade, segundo era descoberta pelo próprio sistema educacional. É evidente que Platão considerava a educação uma questão de interesse estatal. Devia ser sustentada e controlada pelo Estado, sendo sua função selecionar e preparar homens para nele servirem. Platão acreditava que, se o Estado adotasse tal sistema educacional, teria uma sociedade ideal, na qual todos se dedicariam ao trabalho para o qual fossem aptos e estivessem preparados, e a sociedade, assim, seria feliz.
Platão defendia que toda educação era de responsabilidade estatal .
Platão acreditava que a educação das pessoas, ou seja, a aquisição de conhecimentos, seria possível controlar certos instintos , como a ganância e a violência. Daí podemos refletir sobre a educação que a escola proporciona. É preciso educar o indivíduo para aumentar seus conhecimentos, mas é preciso que essa educação seja oferecida somada à valores éticos e morais, somente assim temos uma educação consistente. Platão foi o primeiro a pensar no ideal da escola pública. Segundo Ferrari (2006, p. 13), “Baseado na idéia de que os cidadãos que têm o espírito cultivado fortalecem o Estado e que os melhores entre eles serão os governantes, o filósofo defendia que toda educação era de responsabilidade estatal ”. Encontramos aí a origem da idéia da escola pública  que hoje é uma realidade, porém se distancia dos ideais defendidos por Platão.
Aristóteles, discípulo de Platão, inverteu as prioridades e defendeu o estudo das coisas reais como um meio de adquirir sabedoria e virtude. O sistema de ensino que ele preconizou era acessível a um número maior de pessoas.  Aristóteles afirmava que o objetivo da educação é fazer as pessoas virtuosas. Devia, portanto, haver três períodos de treinamento, adaptados aos três períodos do desenvolvimento do homem. O primeiro, que vai do nascimento aos sete anos de idade, seria inteiramente dedicado aos exercícios do corpo, como preparativos para o ensino escolar formal. O segundo seria o do ensino formal, indo dos sete aos vinte e um anos. Consistiria no ensino da Literatura, Música, Ginástica, etc.
Grande parte da obra que originou o legado aristotélico se desenvolveu em oposição à filosofia de Platão, seu mestre e fundador da Academia ateniense, que Aristóteles freqüentou durante duas décadas. Posteriormente, ele fundaria uma escola própria, o Liceu. Uma das duas grandes inovações do filósofo em relação ao antecessor foi negar a existência de um mundo supra-real, onde residiriam as idéias. Para Aristóteles, ao contrário, o mundo que percebemos é suficiente, e nele a perfeição está ao alcance de todos os homens. A oposição entre os dois filósofos gregos – ou entre a supremacia das idéias (idealismo) ou das coisas (realismo) – marcaria para sempre o pensamento o A segunda inovação de Aristóteles foi no campo da lógica. De acordo com o filósofo, determinar uma verdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição para conceber um sistema teórico. Para a construção de tal conhecimento, Aristóteles não se satisfez com a dialética de Platão, segundo a qual o caminho para chegar à verdade era a depuração dos argumentos e pontos de vista por intermédio do diálogo.
O Estado, afirmava ele, deve empregar a educação para criar cidadãos que possam defendê-lo e torná-lo melhor.
De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles foi o que mais influenciou a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir conhecimento deve muito ao filósofo. Foi ele o fundador da ciência que ficaria conhecida como lógica, e suas conclusões nessa área não tiveram contestação alguma até o século 17. Sua importância no campo da educação também é grande, mas de modo indireto. Poucos de seus textos específicos sobre o assunto chegaram a nossos dias. A contribuição de Aristóteles para o ensino está principalmente em escritos sobre outros temas.